sábado, 27 de outubro de 2012

E a roda gira
















Pimenta lacrada. 
O vinho fechado.
O queijo que perde validade.

As pétalas de rosa
nem cobrem seu corpo
suado 
e por mim desejado
ressecando e manchando
o lençol.

Porta fechada,
mais um coração que se fecha.

E a lua minguante lá fora
guarda em seu brilho tímido
tanto momento
testemunha com seus raios abusados
de cada movimento
por mim, nunca esquecido.

A vela se apaga
e a roda gira.

Amizade em primeiro lugar.




sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Fantoches de Viena







 













Comece com a porta entreaberta
e deixa-se ver 
o quanto mundo 
há lá fora pra viver.
Morra quantas vezes tiver que morrer
E responda assim,
com o coração fechado pela dor,
a quem importa os seus olhos
senão a você? 
Feche a porta do tempo,
Abra a porta do momento,

Caminhe em seu pensamento
Agora a mim, 
responda: sim!
abro a porta...

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Anjo





 

















O stúdio ficou pequeno.
Minhas asas agora batem
entre 4 paredes.
Tenho medo de me machucar
A clave de sol se enrosca e me enlaça
e dela virei prisioneira.
Seu rosto em máscara
se dissolve entre minhas mãos
e me vejo só.
O mito virou pó.

E o sol brilha lá fora
e me chama pra tal liberdade
que tanto você quiz mostrar.


Desse anjo terei saudade.








Homem, vinho e violão












A música, o Homem.
Corpo e violão
Sitar, insitar
recitar uma nova canção.

E no final do show,
o perfume francês
se mistura
ao suor de sua tês
como se fosse sal
em taça de tequila.

Na volta, minutos e horas
de vários sabores
num jogo de cama
aromas e amores
comida e sobremesa.
E me coloco à mesa
pra sua última refeição.

E a calda de pêssego
com creme,
deleite
delícia, malícia
lambuza e abusa
- sedução.

O beijo lambido
percorre a língua
despertando a libido
como vinho:
elegante na boca,
com bom corpo
com o mais fino e maduro tanino.

Mas de novo se esconde,
como em brincadeira de menino.