terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Paralelas












Não sei ...
Se nossos destinos se cruzam
Como paralelas
Se o sono é tranquilo
Ou interrompido
Pelo sonambulismo
Se está aqui
Ou insiste em ficar lá

Mesmo assim gosto
de andar em paralelo com você
Dá prazer fazer parte do seu sonho
Aproveito quando aqui.
E quando ausente,
Espero você voltar...





Luz




Luz
Longe
Logo
Luzir
De novo



sábado, 27 de setembro de 2014

Amor itinerante











Primeira vez
sem medo de amar.
- Viajante itinerante -
mesmo tendo em troca
teu amor instável e flutuante,
pois parece um amor de alma
o encontro com uma energia calma
que flui de dentro de ti
apesar da aparente turbulência.
A voz suave e aveludada
de conteúdo inteligente
me deixa dormente...
Me envolvo e saio do presente
da rotina de meus pensamentos diários
que se tornam secundários
quando na tua presença.
E quando o corpo transpõe a alma
me rendo, me entrego sem trauma
uma, duas ou quantas vezes
assim desejares
Não sei se anjo bom ou mau
eu sou, tu és
e úmida por suas lágrimas
quente por seu coração latente
crio asas na imaginação
e me lanço num vôo inocente
longe da realidade,
para outra dimensão.





domingo, 21 de setembro de 2014

No Expresso do Oriente




















Corpos duvidosos
Hesitantes
E tudo está tão claro 
Em minha mente!
Saber que a vida é uma passagem,
o tempo que não se recupera.
O futuro é o que se planta.
O que se colhe é o presente do passado
mais que perfeito.

O amor é o sentimento
que se constrói:
compreensão sem pressão
Muitas vezes sem pretensão
mas se regado a cada dia
como uma semente frágil
caída na terra árida de nossa mente vazia,
um dia eclode
em raízes profundas,
penetra no solo
e na alma docemente afunda...
Ou se perde
sem água, sem sustento...
Não me abalo mais.
Só lamento. 

domingo, 24 de agosto de 2014

72 horas

 








Presos em nossos passados
inacabados
Livres pela própria vontade
e desejo
de viver o desconhecido
Sem medo.

O jeito sem jeito
Num começo
De muitas palavras
Que vão sendo jogadas
Ao chão
E nos desnudamos de nossos segredos
Dois corações abertos,
expostos na mão.

E feridas se abrem
De ambos os lados
assusta...
72 horas fechados
Entre paredes de açúcar
Que se partem aos poucos
pelo doce do beijo
de sua boca úmida,
Deixando ao fundo,
o amargo da dúvida

E ele aos poucos
Em minha vida
segue invadindo
A cobrança da foto nunca tirada
Me desconcerta sorrindo...

E se deita na cama
Mas não está só
Traz consigo memórias
de mágoa e sem dó

Fala de outras sem nenhum pudor
Numa sedução provocadora

E esquece a dor
Na noite que se estende comigo
Instintivo, animal
Entre lençóis, luz e gemido


Mas a gentileza daquele homem
Me envolve
E a confiança que não mais havia
Ele devolve
Em momentos de paz
Uma vontade de ficar e ter mais
Pele a pele
E me sentir protegida.





quarta-feira, 30 de julho de 2014

Saudade




Existem pessoas que entram em nossas vidas correndo, 
nadam em todas as modalidades em nossos pensamentos
e se vão pedalando completando o circuito na reta final.

Tempo



O tempo é o Senhor de nossas vidas.
Mas ele nos ignora passando da mesma forma diante de bons e maus momentos, 

mesmo que pareça eterno em momentos de tortura 
ou fugaz em um momento de ternura.

Fotos




Testemunhas de momentos e de meus olhares
O fugir da solidão e das escolhas mal feitas
A procura, ao longe, do que eu gostaria que estivesse perto
Tentativa de curar desafetos de fato.
Fotos


Vida




Reinvento a vida todo dia que acordo.
O que foi ontem, já não é mais.
O que foi bom, cura a ferida do que não foi.
O que não foi... não foi.

Homens de música










Homens que vivem de música
Que fazem do som um ser concreto
Que falam por partituras
Que pensam em meio a solos
dos dedos, ranhuras
Respirando solfejos
É neles que vejo
A luz do olhar dos anjos no céu 




quarta-feira, 23 de julho de 2014

Almas de Tietê












Encontro no espelho do rio
O reflexo do passar de uma vida
Em dejetos deixados 
Por desejos mal resolvidos
Ou momentos de discurso agressivo
Aquecido pela química de um trago
E pelo gosto da amarga bebida
Deixando no leito onde se deita e deleita
O lixo de pensamentos impuros
Que se rejeita e represa parando no tempo
Sem se tomar conta que se encontra 
cada vez mais ao relento
Desamparo e desencanto
Naquela estrada de rio
Que tenta seguir o seu curso
À procura do colo no mar.


sábado, 10 de maio de 2014

Numa quinta qualquer











São 6h da manhã.
O relógio, ao meu lado, repete um tique-taque cansado,
No mesmo ritmo que a rotina.
Pela janela, gorgeios entram desconexos
Como a afinação inicial de sopro, cordas e contrabaixos
Quando se ouve, ao longe, a batuta do maestro:
O badalo ritmado dos sinos da Catedral.
A cortina, azul, se abre com nuvens claras e rosadas.
É o primeiro movimento dessa quinta.




quarta-feira, 30 de abril de 2014

A moça do "se"













Se eu fosse
Se eu pudesse
Se eu tivesse companhia...
Eu sou a moça do "então".
Então eu quero,
então eu tento então eu faço.
Moça do "se", não me inveje
 Abre o caminho que eu quero passar.


quarta-feira, 16 de abril de 2014

Insônia com lua sangrenta















Insônia com lua sangrenta

Linda, brilhante, tão clara
Pérola divina, feminina,
Rainha da noite,
A Deusa no céu.

De cheia vai sendo mordida
Ao lado de Marte e a estrela de Virgem, Espiga
Testemunhas da lua
Que nua
e planeta alinhados
Descortinam da noite o seu véu.

Desvirginada, se cobre de sangue
E se esconde no abraço sombrio da Terra,
Ferrugem
E ali fica distante, sem luz

Até que ela volta em instante
Trazendo um alo brilhante
Uma aliança, como lembrança.
E se deita
Até a manhã quando surgem
Os primeiros raios de Sol.


sábado, 25 de janeiro de 2014

Pra trás, retrocesso















Olho pra trás
Retrocesso
Há um mês vejo o Natal

Trinta dias sem vinho
o mesmo tempo sem café
em linha... horizontal

Pain Killer, serial Killer
nenhuma pretensão.
Desconecto e reconecto
só desconexo.

Mas não procuro rimas
a vida não é poesia
quando é coberta por sombra
Pode ser como uma frase em si, curta
ou ter seus passos cortados
numa noite em milonga



Palavras obscenas















E a vida é assim,
Por que recusar?
E me embriago por sua cor,
Sua virilidade,
sua música,
seu amor
 estou novamente prisioneira.
Sua voz com palavras obscenas rouba a cena
E provoca todos os meus sentidos
Ao arrancar os meus, os seus gemidos
Num misto de prazer e dor.
Mas vivi, sem saber o que vem a seguir
Vou mesmo querer saber?


O rum de seus lábios

 









Largar o copo
E beber de seus próprios lábios
O rum
Sentir seu corpo no meu 
Como se fosse 
só um
Em pelo e clave de sol
Brilhando como tatuagem
E o som repetindo a mesma frase
Na tentativa de fazer o momento parar.
Parecia a primeira vez no meio de tanta perdida 
Por longos períodos de trégua
Com tempero de sal e pimenta ardida 
O carinho em meus cabelos,
Eu me aconchego
Em seu corpo nu 
no abraço final.

Descanso..   



   

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Dias nublados não tem por do sol

 


















E o tempo pede passagem
enquanto o presente e o passado se misturam em imagens.
Vai tempo, que eu vou depois!
Não tenho pressa.
Eu chego a tempo, recupero o perdido
Mesmo que de outra forma
sem seguir nenhuma norma
mesmo se não fizer mais sentido.
O que se tem hoje é bom,
mas no amanhã pode ser melhor.