domingo, 24 de agosto de 2014

72 horas

 








Presos em nossos passados
inacabados
Livres pela própria vontade
e desejo
de viver o desconhecido
Sem medo.

O jeito sem jeito
Num começo
De muitas palavras
Que vão sendo jogadas
Ao chão
E nos desnudamos de nossos segredos
Dois corações abertos,
expostos na mão.

E feridas se abrem
De ambos os lados
assusta...
72 horas fechados
Entre paredes de açúcar
Que se partem aos poucos
pelo doce do beijo
de sua boca úmida,
Deixando ao fundo,
o amargo da dúvida

E ele aos poucos
Em minha vida
segue invadindo
A cobrança da foto nunca tirada
Me desconcerta sorrindo...

E se deita na cama
Mas não está só
Traz consigo memórias
de mágoa e sem dó

Fala de outras sem nenhum pudor
Numa sedução provocadora

E esquece a dor
Na noite que se estende comigo
Instintivo, animal
Entre lençóis, luz e gemido


Mas a gentileza daquele homem
Me envolve
E a confiança que não mais havia
Ele devolve
Em momentos de paz
Uma vontade de ficar e ter mais
Pele a pele
E me sentir protegida.