domingo, 17 de junho de 2012

Segunda maior















                  É segunda-maior.

No seu abraço, o tom:
Clave de sol.
E sem Dó,
O maestro,
Prepara a escala com a mão
E na curva quente do meu violão
Faz sua versão,
Inversões e acordes
Em várias posições...
E eu quero a quinta, a sexta, a oitava
Em sucessões ascendentes e descendentes
De notas diferentes
Sem intervalo ou silêncio.

O som que se ouve é gemido, é sentido.
Enarmonia total.

E desejo que se faça um arpejo,
Cadência melódica
De beijo.
Sem pausa.
Ritorno.

A música não pode parar.

Mas o metrônomo do tempo
Com seu tique-taque surdo, eu lamento
Interrompe a orgia
E põe fim à magia.

Do fogo só resta a fumaça
Que se desfaz em um momento
Em que tento ser única,
Única nota
Em seu pensamento.

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